Potosí

Gostei da cidade de Potosi, embora algumas pessoas não tivessem me falado muito bem. A arquitetura colonial é marcante no centro da cidade. No primeiro dia fui conhecer a Casa de la Moneda, uma das visitas guiadas mais bem organizadas de toda a viagem. Eles mostram um pouco da pintura colonial e sacra da época. Depois conhecemos como eram feitas as moedas. Desde as primeiras fôrmas, quando todo o trabalho era manual, feito por escravos. O trabalho mecânico, com enormes máquinas puxadas por mulas, e também o processo elétrico com máquinas que funcionavam com motores. No museu, também existe uma sala expondo objetos de estudo de antropólogos e arqueólogos. Pode-se ver múmias, cerâmicas e tapeçaria.

No segundo dia, resolvi conhecer uma das minas do famoso Cerro Rico. O tour começa mostrando os materiais dos mineiros: dinamite (para explodir partes da mina), folhas de coca (para agüentarem a altitude e enganarem a fome), fumo e bebida (álcool puro, para relaxarem um pouco do trabalho duro). É costume os visitantes levarem presentes para os mineiros. Paramos para comprar um pouco de cada coisa.

Colocamos botas de borracha, jaquetas e capacete. Nos deram lamparinas e entramos na mina. Eu estava um pouco ansiosa, pois desmaio em lugares apertados e sem ar. Pedi para a guia carregar meu colete de equipamento caso eu desmaiasse. Os caminhos eram muito apertados, tínhamos que caminhar abaixados. Íamos batendo a cabeça o tempo todo. Em alguns lugares a passagem era tão difícil que pulávamos buracos escuros agarrados numa corda. Visitamos o ¨tio¨, um boneco protetor dos mineiros, oferecemos-lhe fumo e álcool e, também, fumamos e bebemos com ele.

Encontramos com alguns mineiros trabalhando. Cada um fica sozinho o dia todo no escuro trabalhando em seu lugar pré-determinado pela cooperativa. Com certeza é uma vida muito difícil.

Potosi (2001)

 

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