Cotopaxi

Acordei cedo para ir ao Vulcão Cotopaxi. Isso me deixava um pouco ansiosa, meu corpo se acostumava a uma altura de 2800m por apenas dois dias e iria subir aos 4800m em duas horas. Uma altitude que nunca tinha estado antes.

Fui com um motorista e mais dois ingleses, tour arranjado por um hotel. A chegada lá foi fácil, como saímos cedo não pegamos muito trânsito. Aos 3800m de altitude há um museu que mostra aos visitantes um pouco da história do vulcão. Aos 4500m paramos no estacionamento, lá descemos do carro e teríamos que subir até o refúgio (4800m).Estava muito frio, ventava forte e a neve insistia em cair. A subida era íngreme e escorregadia (foi inevitável a lembrança dos vulcões da Indonésia). Depois dos primeiros 20 passos estava muito cansada, tive de parar, o coração batia muito forte, pela primeira vez sentia os efeitos do ar rarefeito.

A subida foi dificílima para mim. Subia um pouco e parava para descansar. Continuava nevando e ventando forte. Quando parava ficava mole sentia que o vento poderia me levar morro abaixo. Escorreguei pelo menos duas vezes. Depois de muito esforço cheguei ao refúgio, percebi que não nasci para o alpinismo (ou como justificadamente dizem aqui, andinismo).Os ingleses que estavam comigo também sofreram na subida.

No refúgio, tomamos chá quente e como a neve tinha aumentado muito, decidimos não ir até as geleiras, afinal, não se podia ver nada mesmo. Lá nos disseram que tínhamos feito o pior caminho para a subida, apesar de mais curto era o mais difícil e mais íngreme. Disseram que teria sido melhor ter subido pelo lado, quase como em zig zag, pelo caminho mais longo, mas que não se escorregava tanto. A descida foi bem mais fácil, porém a neve dificultava muito. Precisava de equilíbrio para não escorregar e isto forçava bastante o joelho. A cada passo lembrava do meu menisco arrebentado…


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