Um dos lugares que não conhecia da Chapada é Xique-Xique do Igatu, um povoado de garimpeiros perto do parque nacional. Já tinha ouvido falar da famosa estrada que leva a Igatu, toda de pedras, construída pelos próprios garimpeiros. E sim, é impressionante. A palavra Iguatu vem do tupi, “ig” ou “i”, significa água e “catu”, significa bom/boa e xique-xique é o cactos. Nossa primeira parada do dia foi no Poço Azul, outra linda caverna com água totalmente transparente que, pela luz que reflete, parece azul. Para apreciar a magia do lugar é importante fazer snorkel, sentir a água e o eco da caverna. Como era feriado de carnaval, havia uma grande espera para o snorkel, resolvemos, então, seguir nossa rota. Eu já tinha experimentado o mergulho em 2007 quando estive pela primeira vez na Chapada. Em Xique-Xique do Igatu, depois da subida lentamente pela estrada de pedras, visitamos um pequeno centro cultural onde tinha uma exposição de fotografia e esculturas e fomos conhecer as ruínas da antiga vila de garimpeiros. É curioso imaginar a vida destas pessoas que trabalhavam no garimpo, a ideia de trabalhar todos os dias sem saber se vai ganhar algo ou não, de trabalhar com a sorte. Acho que eu não conseguiria, gosto de ter um certo controle nas coisas, saber quanto vou ganhar, como vou pagar as contas no final do mês. Este tipo de trabalho é sim para pessoas errantes. Na volta a Lençóis, paramos para um banho na Cachoeira de Donana, já era final da tarde e as cores da paisagem estavam incríveis. Mesmo sendo perto da estrada e se podia ver a ponte, o lugar parecia afastado da “civilização”, era perfeito para relaxar.
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