Cheguei em Pozadas às 10h da manhã. Fui ver minha mochila e não estava no ônibus, nem a de um amigo alemão que também veio de Salta. Nos disseram que a bagagem tinha seguido, por engano, até Glorinda, fronteira com Assunção (Paraguai). Tínhamos trocado de ônibus às 5h da manhã, nos disseram para não nos preocuparmos com as mochilas que eles mesmos trocariam. Entretanto, esqueceram de nos dizer que sempre esquecem algumas.
Fomos reclamar no escritório da agência Nueva Estrella e disseram que isto sempre acontece e que teríamos que esperar até à 1 da madrugada, quando a bagagem chegaria. Era um dia chuvoso e muito frio, não havia o que fazer na cidade, teríamos que esperar na rodoviária até a noite.
Meus pais, que moram perto da fronteira com a Argentina, tinham ido a Pozadas para me encontrar. Chegando lá, souberam da notícia que teriam que esperar 16 horas comigo. A empresa de ônibus não se responsabilizou por nada, só disse que trariam as mochilas extraviadas. Não quiseram pagar nenhum dos danos causados, nem mesmo qualquer despesa que tivemos na longa espera.
Fomos a um café esperar o tempo passar. Conversamos muito e sempre faltavam muitas horas. As mochilas chegaram quase duas da manhã. O alemão pegou um ônibus até Puerto Iguaçu e eu voltei dirigindo até a fronteira com o Brasil.
Lembro que quando era mais nova, havia uma balsa que ligava os dois países. Hoje há uma ponte e aduanas argentina e brasileira que trabalham 24h. Carimbei o passaporte de saída, o último da viagem, e senti uma grande alegria por estar de volta. Já estava cansada e estar num lugar familiar faz bem. Afinal tinha viajado 4 meses, visto e vivido muita coisa diferente, conhecido muita gente e nada de ruim me aconteceu. Me senti muito sortuda e feliz…
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