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Volta ao Brasil – Fronteira Argentina Brasil


Cheguei em Pozadas às 10h da manhã. Fui ver minha mochila e não estava no ônibus, nem a de um amigo alemão que também veio de Salta. Nos disseram que a bagagem tinha seguido, por engano, até Glorinda, fronteira com Assunção (Paraguai). Tínhamos trocado de ônibus às 5h da manhã, nos disseram para não nos preocuparmos com as mochilas que eles mesmos trocariam. Entretanto, esqueceram de nos dizer que sempre esquecem algumas.

Fomos reclamar no escritório da agência Nueva Estrella e disseram que isto sempre acontece e que teríamos que esperar até à 1 da madrugada, quando a bagagem chegaria. Era um dia chuvoso e muito frio, não havia o que fazer na cidade, teríamos que esperar na rodoviária até a noite.

Meus pais, que moram perto da fronteira com a Argentina, tinham ido a Pozadas para me encontrar. Chegando lá, souberam da notícia que teriam que esperar 16 horas comigo. A empresa de ônibus não se responsabilizou por nada, só disse que trariam as mochilas extraviadas...

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Quebrada de Humahuaca

Resolvi fazer o tour à Quebrada de Humahuaca. Saímos cedo, o dia estava frio e com muita neblina. Depois de quase duas horas de viagem, visitamos a cidade de Pucamamarca: ruas com casas estilo colonial e feira de artesanato. O melhor do lugar é a vista dos morros coloridos ao redor da cidade. De lá, seguimos para Tilcara onde visitamos as ruínas, Pucara, e o ¨Museo Arqueológico¨. Pucara foi toda reconstruída a partir das escavações feitas no local. Em meio aos muros de pedras cresce um grande número de cactos.

Nossa próxima parada foi Humahuaca. A cidade possui um grande monumento em homenagem ao herói indígena da independência, Diego, também, algumas lojas de artesanatos e restaurantes. Pode-se perceber nas pessoas grandes traços indígenas e, por estar perto da fronteira com a Bolívia, influência de sua cultura.

Na volta, paramos em Uquia para visitar uma pequena igreja com pinturas e objetos em ouro...

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Salta

Cheguei em Salta já tarde da noite. Saí para comer alguma coisa e quando voltei ao albergue fiquei sabendo que havia tertúlia musical no terraço. Subi um pouco para escutar a música. Bem diferente da música produzida no sul da Argentina, pois tem grande influência indígena, se parece um pouco mais com as músicas bolivianas e peruanas. Muito boa.

A cidade me fez lembrar um pouco o sul do Brasil, o tipo de estrutura, tipo de vegetação, estilo de vida. Fui voltando para casa aos poucos. Já não estava mais em um mundo diferente, exótico.

Aqui as pessoas reclamam muito da situação do país. O problema econômico da Argentina é facilmente visível nas ruas, sem nem ao menos falar com as pessoas. É só ver o grande número de restaurantes e lojas vazias. As greves e manifestações também são freqüentes, em quatro dias que estive em Salta, passei por duas manifestações na região de Jujuy. O preço de tudo na Argentina é muito caro comparado com qualquer outro país da América do Sul...

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Fronteira Chile – Argentina

De San Pedro Atacama, a viagem até a fronteira com Argentina duraria 12 horas. A estrada do lado Chileno era boa e asfaltada. A paisagem desértica e com lagoas que também impressionavam. Ao entrar no lado argentino, a estrada piorou, era de terra. Logo em seguida paramos na aduana argentina. Ao ver de longe a bandeira argentina me emocionei, senti que estava chegando em casa, que estava próxima da minha cultura.

Mais uma vez entrei na fila para carimbar o passaporte. Havia vários europeus, o policial não perguntava nada, só carimbava. Na minha frente tinha uma chilena e, quando chegou a vez dela, o policial fez várias perguntas: intenção de viagem, onde ficaria hospedada na argentina, se tinha parentes no país. Na minha vez, também fez algumas perguntas, onde iria, quanto tempo, se já estava voltando para o Brasil ou se iria viajar pela Argentina. Depois seguiu carimbando o passaporte dos europeus sem fazem uma pergunta. Mais uma vez, o preconceito…

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Tour “Lagunas Altiplanicas”

Saímos cedo da manhã de San Pedro para visitar o Salar de Atacama. Chegamos com o amanhecer, vimos os flamingos na beira da lagoa Chaxa. Dali, partimos para Socaire, um povoado perto do Salar. Tomamos o café da manhã, conhecemos a pequena igreja local.

Começamos a subir a montanha em direção às lagoas. Nosso carro era o mais lento, íamos a uns 10km por hora. Todos os outros grupos de tour passaram pela gente. Depois de alguns quilômetros, o carro parou e não andava mais. Descemos e fomos a pé. Estávamos numa altura de mais de 3000m, então, caminhamos mais de uma hora para chegar nos lagos Miñiques. Depois, seguimos mais um pouco até a lagoa Miscanti. Quando estávamos quase chegando o carro apareceu. Não tivemos muito tempo para caminhar até a lagoa, pois teríamos que voltar com o último carro. Assim, alguém nos ajudaria, caso ficássemos parados.

Logo na primeira subida, o carro apagou novamente e não reiniciou...

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San Pedro Atacama

Nesta pequena cidade de San Pedro Atacama parece que é domingo todo o dia. Cedo de manhã, não se vê quase ninguém na rua, todos estão acordando calmamente. A eletricidade é somente durante o dia, começa às 8h da manhã e vai até à 1h da madrugada. Nos domingos e feriados começa às 10h da manhã. Nos meus primeiros dois dias na cidade, não havia luz nenhuma hora do dia, pois o gerador estava estragado.

Um ponto interessante na cidade é o vulcão Licancabur, de quase todo lugar se pode avistá-lo. Para mim funcionava como um imã, não importa onde eu estava, ficava sempre buscando por ele no meu olhar da paisagem.

Visitei Pukara de Quitor, a uns 3km da cidade. Pude ir a pé para conhecer. É uma ruína, acredita-se que um forte, construído no morro. No dia seguinte, aluguei uma bicicleta para ir até as ruínas de Tulor, a uns 11km da cidade. O caminho já foi uma parte interessante do passeio. Fui por uma pequena estrada de terra...

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Fronteira Bolívia – Chile

Ouvi dizer que, às vezes, o posto de imigração boliviana que fica na fronteira entre Bolívia e Chile está fechado. Para não ter problemas depois, decidi carimbar o passaporte para a saída da Bolívia no escritório da imigração em Uyuni. Aqui se paga 15 bolivianos para sair do país, nunca tinha visto isto antes…

Quando chegamos perto da fronteira, o grupo do tour se dividiu, alguns voltariam para Uyuni e outros pegariam o mini ônibus para San Pedro de Atacama. O ônibus parou na imigração boliviana, que estava aberta, para quem ainda não tinha carimbado o passaporte. Logo, seguimos para o Chile. Já na divisa se vê a diferença, a estrada que leva a San Pedro é toda asfaltada, ao contrário do caminho de terra do lado Boliviano.

Paramos na imigração e aduana Chilenas. Todos desceram do ônibus. Carimbamos o passaporte e fomos para uma sala onde revisam a bagagem. Havia uma mesa enorme, cada um colocou sua mochila e ficou esperando...

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Tour do Salar de Uyuni até o Chile

O tour começa em Colcachi, uma cidade na beira do salar que vive da exploração do sal. Vimos um pouco do processo de sal, a retirada, a secagem e o empacotamento. Depois visitamos os hotéis de sal. São hotéis todos construídos com blocos de sal: paredes, cadeiras, camas. Quando voltamos ao carro, este já não ligava mais. Tivemos que empurrar.

Seguimos até a Ilha Pescado, nome original era Inca Huasi, que significa ¨Casa dos Incas¨. Lá decidi ficar para passar a noite. Na ilha só vive um casal que cuida do lugar e dormi num quarto oferecido por eles. Já tinha conseguido com a Secretaria de Turismo de Uyuni uma permissão para dormir na ilha e fotografar. No dia seguinte, segui o tour com meu grupo. Voltamos a Uyuni para pegar o carro 4×4 e fomos dormir em San Cristobal. Um pequeno povoado do caminho.

No segundo dia, acordamos cedo pois teríamos umas 8 horas de viagem até a lagoa Colorada...

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Uyuni

Cheguei em Uyuni nos dias comemorativos da independência da Bolívia. A pequena cidade estava movimentada com o desfile. Fotografei um pouco até que um policial disse que era proibido fotografar o desfile, concordei mas continuei fotografando quando ele saiu. Depois veio outro, então, decidi parar.

Na cidade não tem muito o que conhecer, todos vão até ali para fazer tours nos salares (deserto de sal). Possui um bom número de hotéis e restaurantes, uma pequena igreja, algumas lojinhas e noites muito frias.

Um dos atrativos é o cemitério de trens. Uma caminhada de 20min. do centro da cidade leva a um lugar cheio de vagões, locomotivas, trilhos velhos. O interessante é que fica no meio do nada, se vê de longe no deserto.

Uyuni (2001)

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Potosí

Gostei da cidade de Potosi, embora algumas pessoas não tivessem me falado muito bem. A arquitetura colonial é marcante no centro da cidade. No primeiro dia fui conhecer a Casa de la Moneda, uma das visitas guiadas mais bem organizadas de toda a viagem. Eles mostram um pouco da pintura colonial e sacra da época. Depois conhecemos como eram feitas as moedas. Desde as primeiras fôrmas, quando todo o trabalho era manual, feito por escravos. O trabalho mecânico, com enormes máquinas puxadas por mulas, e também o processo elétrico com máquinas que funcionavam com motores. No museu, também existe uma sala expondo objetos de estudo de antropólogos e arqueólogos. Pode-se ver múmias, cerâmicas e tapeçaria.

No segundo dia, resolvi conhecer uma das minas do famoso Cerro Rico...

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