Nesta semana, Carol Marques veio visitar Berlim. Prometi dedicar o domingo pra mostrar algo da cidade a ela, o transporte seria de bicicleta. Comecei pelo meu parque predileto, o Tempelhofer Feld. O dia estava frio, tinha chovido a noite, mas encaramos. Afinal, somos brasileiras fortes.
Como minha amiga já tinha feito turismo pela cidade por 3 dias, perguntei o que ela gostaria de conhecer em Berlim. A resposta foi: “os grafites, vi que tem um tour pra ver grafites pela cidade”. Então, busquei por um mapa com algum percurso para facilitar a escolha de onde ir. Achei o Map of Public Art Tour, um guia de percurso de street art em Kreuzberg e Friedrichshain. Baixei no celular print screen do mapa e voilà, estávamos com nossa programação do dia feita. Abaixo está o relato de Carol, minha guest no tour de bike.
10 graus, último dia em Berlin. A ideia era fazer um tour de bike pela cidade explorando os grafites. Após buscar informações na internet e encontrar o roteiro, só precisava de uma bike.
Por 10 euros é possível alugar uma bike em Berlin por 1 dia, o que não é caro se considerar que é uma maneira diferente de ver a cidade.
Roteiro definido e bike alugada, além de uma guia devidamente inteirada do roteiro, foi só dar a partida, ops, pedalada.
Primeira parada: Tempelhofer Feld.
Aeroporto abandonado e atualmente um lugar de convivência no meio da cidade. É difícil encontrar um espaço tão grande que não tenha sido engolido pelo mercado imobiliário. O lado interessante foi saber que os berlinenses decidiram através de plebiscito que o local deveria ser mantido como área pública.
Após rodar um pouco pelo parque nas pistas de pouso e decolagem podemos ver o que sobrou do terminal e da torre de controle abandonadas. Há hortas comunitárias e no verão as pessoas fazem churrasco, andam de skate e patins, mas acho que devido a baixa temperatura as pessoas ficam mais resistentes a saírem de casa. Infelizmente no Brasil não temos esse hábito de ocupar os espaços verdes disponíveis, mesmo com temperaturas mais agradáveis a atividades ao ar livre.
Saindo do parque fomos comer um hambúrguer artesanal com batata doce frita. Saboroso e barato pode ser acompanhado de uma fritz de limão super refrescante. Aqui vai uma dica: fujam dos McDonald’s, Subways e Burguer Kings. Aprendi também que os refris locais são muito melhores, então se aventurem por esses novos sabores e esqueçam a Coca-Cola.
Alimentadas, começamos o nosso tour pela cidade atrás dos grafites. O nosso foco foram os grandes desenhos, mas durante todo o percurso, um olhar mais atento pode descobrir grafites pequenos em cada esquina ou viela. O resultado do nosso passeio vocês poderão ver nas fotos.
Pra finalizar, perto do nosso último grafite, resolvemos parar em um lugar aquecido para recarregar as baterias. No nosso caso, um chopp Dunkel e uma taça de vinho acompanhado de um Flammkuchen, típico petisco alemão. O Flammkuchen tem uma massa fina que lembra pizza, mas com um queijo azedinho, bacon e cebola roxa (o sabor tradicional). Finalizado o nosso tour cultural e gastronômico, voltamos para casa, afinal embora a cidade seja segura para pedalar não dá para beber e “dirigir”, não é prudente.
De Berlim ficam grandes recordações. Pelo acolhimento, educação das pessoas na rua, no trânsito, segurança, além de ser uma grande galeria a céu aberto com uma explosão de cores, sabores, criticas sociais e políticas que fazem repensar o espaço urbano. A cada esquina podemos encontrar praças, áreas verdes preservadas e restaurantes de várias partes do mundo o que torna essa cidade multicultural e viva.
Carol Marques
Social Profiles