Cartoum – a chegada

Chegamos em Cartoum às 4 da manhã depois de um longo vôo da Espanha e Brasil.  A viagem foi uma longa conversa, reencontro, revelações… E cede pela manhã, quase sem dormir, fomos para o CoLab workshop. Esta viagem era em conjunto com Juan Freire, Gabriel Perezzan and Aurea Martinez. Nós viemos ao Sudão para trabalhar no projeto CoLab (ICPL – Khartoum. Interdisciplinary and Collaborative Projects Laboratory).

Depois de um dia no Instituto Francês trabalhando com artistas, produtores culturais e ativistas locais, estava muito cansada e voltei pro hotel para descansar enquanto os outros foram caminhar pela cidade. A noite foi uma ótima janta no restaurante Assaha, um lugar lindo aparentando uma vila tradicional libanesa.

No segundo dia em Cartoum, eu estava mais acordada, fomos para o workshop das 9 até 15h e, depois, decidimos visitar o Museu Nacional do Sudão. Como estava um dia lindo, Juan e eu fizemos uma caminhada pela orla do rio Nilo e cruzamos a ponte para a ilha Tuti. Era interessante ver como é segura a cidade comparada com outras cidades africanas, é calmo e as pessoas são amigáveis. A “tranqüilidade” pode estar associada ao fato do Sudão ser um país fundamentalista islâmico. Escutamos um pouco de ruído perto da ponte, onde vimos uma festa de graduação. Mas como aqui a bebida alcoólica é proibida, as festas parecem mais contidas.

Na caminhada de volta ao hotel, fomos conversando sobre nossas primeiras impressões e tentando sentir o lugar. Começou a escurecer e todo o movimento das ruas foi diminuindo, os carros lentamente desaparecendo e progressivamente o lixo nas ruas começou a aparecer. Durante o dia, nós não vemos a sujeira pois a rua está ocupada e tem carros por toda parte, difícil de ver o chão. Nós passamos por diversas pessoas rezando. Para mim é sempre estranho nos países muçulmanos o som das rezas nos alto-falantes nos espaços públicos. Eu me sinto no livro 1984 de George Orwell e o som da voz representa a vigilância.

3 comments to Cartoum – a chegada

  • gabriela grizzo  says:

    Africa muçulmana.. imagino que deve ser bem diferente da parte sul do continente onde a religião de Maomé ainda está começando a se embrenhar. Vcs não vão dar uma passada na Argélia? I think you should! Argel, onde cresceu Albert Camus e viveram tantos outros escritores! Anyway.. É uma pena que não dá pra tomar umas biritas hein!

  • karla  says:

    Desta vez não vai dar, foi viagem rápida de trabalho. mas sim que gostaria de ir no futuro. O que vamos é passar o final de semana no Cairo.
    e de bebidas, na terça e hj bebi, é só ter contatos/festas com as embaixadas.
    bjs

  • gabriela grizzo  says:

    puxa que legal Karla! consegui ver as fotos agora! muito boas hein! até compartilhei no face.. 😉 vou super acompanhar essa viagem! quero saber tbm sobre o CoLab… well, bom trabalho e divirtam-se! beijão

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