Cuenca é uma das maiores cidades da cordilheira sul do Equador, tem uma arquitetura espanhola e uma tradição em mercados abertos. No meu primeiro dia na cidade, pude observar cedo pela manhã as comemorações do dia da batalha Pichincha, era feriado nacional. Mais uma vez muitos fardados e armados na praça central. A cerimônia não durou muito, uma hora, com banda e discurso de políticos. É incrível como se vê um grande número de militares armados no Equador.
O mercado da cidade é famoso na região, principalmente nas quintas. As cores das vestimentas das índias e também das frutas e verduras faz do lugar um grande arco-íris. Passei boa parte do dia lá, conversando com as pessoas e fotografando.
Resolvi conhecer Ingapirca, a única ruína inca preservada no Equador. Este lugar era anteriormente habitado pelos índios cañari, os incas conquistaram e usaram como principal ponto de informação entre Cuzco e os povos do norte. Tinham um ótimo sistema de mensageiros, em pontos diferentes estes ficavam esperando pela mensagem, recebiam e corriam até o próximo ponto onde outro mensageiro corria mais um pouco. Era rápido e eficaz.
Visitei também o Parque Nacional Cajas (altitude media de 4000m). Fica perto de Cuenca e, devido à altitude, é muito frio. Possui mais de 200 lagoas e diversas trilhas para caminhadas. Pode-se ir em ônibus comum (Cuenca-Guayaquil), a estrada cruza o parque. O problema é a volta, os ônibus vêm muito rápido e não param. Fiquei quase duas horas esperando na estrada semi vazia e nada, os ônibus que passam a cada hora não pararam, seguiram rapidamente para Cuenca. Então, um senhor de cabelos brancos que estava fazendo andismo me ofereceu carona.Foi uma viagem interessante, contou muitas histórias das tradições locais. Era um psiquiatra aposentado que tinha grande interesse nas culturas e crenças indígenas.
No fim de semana, visitei dois mercados, um foi na cidade de Azogues, uma cidade muito pequena que lota aos sábados para o mercado. E outro no domingo em Sigsig, conhecido como um dos melhores lugares para comprar chapéus de palha, os famosos “panama hat”. Na cooperativa mulheres vendem chapéus quase prontos para serem acabados e vendidos muito mais caro para os turistas ou lojas de Cuenca.
Cuenca foi minha última parada no Equador. Daqui vou para o Peru (Tumbes), uma viagem de 6 horas por terra.
[…] Cuenca e arredores […]