Programei para chegar em Cusco um dia antes do feriado de Corpus Christi. A cidade já estava em festa, comemorações aconteciam na Plaza de Armas. Encontrei com amigos ingleses para comer alguma coisa e à noite fiquei lendo no hotel, pois estava cansada.
No dia seguinte, acordei cedo para ver as festividades. Sentei nas escadas da catedral junto com uma enormidade de peruanos. Como é uma festa local, não tinha muito turista estrangeiro. Fiquei observando as pessoas transitarem: vendedores de gelatina, de refrigerante, de chocolates, e também de folhetos explicando a história dos santos.
Santos de igrejas vizinhas vêm no dia anterior “dormir” na catedral para dali saírem em desfile pela cidade. Após o desfile voltam à catedral e, depois de alguns dias, retornam à sua igreja de origem. São, ao todo, 15 santos católicos (San Cristobal, San Sebastian, Santa Barbara, Santa Ana, Virgen de los Remedios, Virgen de la Purificada, Virgen de Belem, Virgen Inmaculada Concepcion, San Jose, Virgen de la Natividade de Almuden, Patron Santiago, San Pedro, San Antonio Abad, San Jeronimo, San Blas).
As comemorações começam com uma missa ao ar livre. O padre fica do lado de fora da catedral em um grande altar, com todos os santos ao redor e acompanhado de vários coroinhas. No final da missa, tem a comunhão e logo os santos começam a sair em desfile. Cada santo sai com uma banda e seu grupo de devotos, sendo que muitos vêm dos povoados vizinhos.
O feriado foi imposto pelos espanhóis para competir com a famosa festa inca do Inti Rayme. A festa religiosa mais perto era Corpus Christi, então obrigaram os povos locais a comemorar esta festa. Antigamente aquele que trabalhasse e não festejasse o dia santo era multado. Os espanhóis queriam fazer do Corpus Christi uma festa mais importante que o Inti Rayme, mas felizmente não conseguiram. Os índios a encararam como uma festa preparativa para as comemorações do solstício, o Inti Rayme.
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