Queria sair um pouco da cidade grande, decidi então conhecer um monastério em Sergiev Posad. Já gostei que no ônibus todos eram russos, eu era a única turista estrangeira. O difícil foi saber eu se estava no ônibus certo, pois eu não pronunciava direito o nome do lugar e eles não falavam inglês.
Para achar o monastério foi fácil, perguntava em qualquer língua, ou só dizia a palavra monastério e eles apontavam a direção. Não se paga para entrar, mas se paga uma taxa para poder fotografar. O lugar estava cheio, na maioria de russos, muitos que vão para rezar. Desta vez, não quis ficar em fila para entrar nas igrejas, já tinha visto as do kremlin e no final devem ser todas parecidas (não sou muito aficionada por motivos religiosos). Preferi sentar na sombra e ficar observando as pessoas passarem. Depois de um tempo comecei a fotografar os transeuntes.
Fotografei alguns monges que passavam. Dois quando viram que eu bati uma foto vieram super agressivos querendo pegar minha câmera. Eu segurava com toda força e eles tentavam puxar de mim, não conseguiram, então, começaram a bater na câmera. Um deles era um homem grande e puxava com muita força, percebi então que também sou grande e forte.
Eu mostrei que tinha pago a autorização para fotografar, eles rasgaram e disseram que aquilo não dava direito de fotografá-los. Respondi que então deveria estar escrito em inglês junto com o cartaz que dizia que tinha que pagar para fotografar. Como eu poderia saber que não era permitido fotografar os monges se ninguém me disse e não estava escrito em lugar nenhum? Ele continuou super agressivo, gritando comigo em russo. Deu um certo medo, pensei que ia apanhar… Tentou mais uma vez me tomar a câmera que eu agarrava com as duas mãos. Então, se foi e saiu rindo com seu amigo. Tive a sensação que estava dizendo: “viu, dei um susto nela”.
Percebi então que este meu “não amor” pela religião e pelos religiosos não vem do nada, tenho motivos. Ele não precisava ser tão agressivo, dava batidas na lente da câmera e tentava puxá-la de mim. Podia ter dito como uma pessoa civilizada que não queria que fizesse fotos dele que eu não faria.
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