Estava em Cusco, entrado numa agência para saber o preço da passagem de ônibus para Arequipa quando a senhora gritou de dentro para eu não entrar e, também, saiu correndo. Então me disse que estava acontecendo um terremoto. Não tinha sentido nada, mas, quando ela falou, percebi que as coisas nas paredes se moviam. Na rua muita música e todos dançavam nas comemorações do Inti Rayme, ninguém sentiu o tremor.
Depois de alguns dias, fui para Arequipa. A viagem de Cusco leva 12 horas. A estrada, que já era péssima, depois do terremoto ficou ainda pior. Fui num ônibus apertado, cheio de crianças dormindo no corredor e uma senhora vomitando ao meu lado durante todo o percurso. A cada momento pensava se realmente valia à pena conhecer Arequipa. A resposta foi sim.
A cidade é linda, grande parte construída com pedras vulcânicas brancas chamadas ¨sillar¨. A arquitetura colonial dos prédios do centro, arcos, igrejas, já são um motivo para a visita à cidade. Outro estímulo é o clima. Por não ser tão alta (aproximadamente 2300m), a cidade não é muito fria e aparentemente está sempre ensolarada.
Pude perceber os estragos do terremoto. Em cada quadra tem um aviso de não se aproximar, pois o prédio tem rachaduras grandes e pode oferecer perigo a quem estiver perto. A catedral, ponto turístico da cidade, perdeu totalmente uma das torres e a outra está por um “triz”. Muitos dos lugares estão sendo reconstruídos, pode-se ver gente trabalhando por toda a parte.
As pessoas estavam um pouco nostálgicas, queriam a cidade como antes. Pareciam também prontas para recomeçar. Havia filas enormes nos telefones públicos do centro da cidade, pois a companhia de telefonia deixou alguns dos orelhões abertos para ligações gratuitas a qualquer lugar do país ou mundo, a fim de que as pessoas pudessem avisar aos amigos e parentes que estavam bem.
Arequipa também tem uma grande variedade de restaurantes, bares, lojas de artesanatos e agências de viagem que atraem qualquer turista. Quando estava na cidade, aconteceu um terremoto no sábado às 3 da manhã. Como estava com amigos dançando numa discoteca, não senti nada.
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