Um dos pontos altos da região de Luang Prabang são as cachoeiras. Escolhemos visitar a Kuang Si que fica a uns 40km da cidade. Pegamos um ônibus que saia do centro histórico às 11h, assim não precisaríamos levantar cedo naquele dia. Afinal, o jet leg de 10 horas demora uns dias para passar.
A cachoeira era enorme. Primeiro, caminhamos pelas trilhas e pontes para apreciar diversos pontos de queda d’água. Depois, nos arriscamos a tomar um banho rápido nas águas geladas. A cor da água era leitosa branca azulada, linda. Acho que foi a cachoeira mais bonita que já vi em termos de cores. Nunca tinha visto uma cachoeira azul clarinha assim. Pra finalizar nossa visita, almoçamos no restaurante do parque, ao lado da cachoeira. A comida era um delícia. Pedimos pad thai e frango ao curry vermelho com leite de coco. Resumindo, Kuang Si vale a pena, não dá para deixar de visitar.
Um evento turístico e religioso importante da cidade é o Tak Bat, ritual matutino de dar comida aos monges. A prática de oferecer comida aos monges é comum em países Budista Theravada como Laos e Tailândia. Em Luang Prabang, essa prática acontece bem cedo pela manhã, ainda é escuro/noite. Entre 5h30 e 6h, os monges saem dos templos e caminham em fileira para receber a comida. Aqui, era geralmente arroz. Nas ruas ao redor dos templos (quase todas do centro histórico) os locais colocam fileiras de banquinhos de plástico para esperar os monges. Por todo lado tem banquinhas vendendo arroz cozido para os turistas e religiosos fazerem as oferendas. A etiqueta manda não tocar nos monges nem interromper a caminhada deles ou fazer fotos com flash. Muitos dos turistas respeitavam e ficavam silenciosos apreciando o ritual. Alguns turistas asiáticos (pareciam ser japoneses e coreanos) nos chamaram a atenção por serem muito inoportunos, ficavam seguindo os monges como paparazzis, tirando fotos com flash e atrapalhando o ritual. Achei estranho pois a maioria dos países da região são budistas, imaginei que iriam respeitar o ritual já que era da religião deles. Mas a paixão deles por fotos parecia ser bem maior que a fé.
Antes do dia amanhecer o ritual já terminou, então, caminhamos em direção ao “morning market” já que era cedo e nesse horário ainda não teríamos café da manhã no hotel. Foi interessante ver a variedade de verduras e de carnes que vendiam nas bancas locais. Vi uma senhora fritando uma mistura com verduras que pareciam um bolinho. Perguntei o que era, ela não entendia inglês. Resolvi arriscar, comer sem saber o que era. Parecia um bolinho grande feito de farinha de arroz com verduras e tinha algo de frutos do mar. Adorei. E me esquentou pois cedo parada na rua vendo os monges tinha ficado um pouco com frio. Para completar o dia, resolvi fazer uma massagem, eu escolhi a “Traditional Lao Massage” de uma hora. Achei um pouco parecido com shiatsu, adorei.
No nosso último dia em Laos, quis fazer um passeio pelo rio Mekong. Já tinha tido contato com o rio antes em Chiang Mai, na Tailândia. Era incrível saber que era o mesmo rio. Alugamos um barco local – desses bem fininhos e compridos – e pedi para circular pelo rio um pouco com a gente. Ele insistia em nos levar numa caverna mas eu expliquei que queria só o rio mesmo. Fomos até o encontro dos dois rios, o Mekong e o Nam Khan, vimos as embarcações, a população ribeirinha, a paisagem. Foi pouco tempo de navegação mas deu para sentir o rio. Depois, resolvemos circular o centro histórico pelas orlas dos dois rios antes de voltar ao hotel, rever a paisagem de outro ângulo. Passamos pelas duas pontes de bambu. Uma já tínhamos passado para ir comer no restaurante Dyen Sabai. Esse passeio de barco foi nossa despedida de Laos, no mesmo dia pegamos um tuk tuk para o aeroporto rumo a Hanói.
[Texto, fotos e vídeo de Karla Brunet – 2019]
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