Chapada Diamantina – Mucugê e Poço Azul

Nosso guia/motorista passou cedo para nos pegar para o tour Roteiro V da Cirtur. Fomos de carro até nossa primeira parada, o Projeto Sempre-Viva e Cachoeira do Tiburtino. Antes de visitarmos o museu do projeto descemos pela trilha em direção a cachoeira. O caminho era estreito, pedregoso e cercado da flora característica da região, principalmente cactos e orquídeas. No caminho paramos para conhecer um casa típica de garimpeiros da chapada, as ferramentas e materiais usados no garimpo de diamante. Depois de uns trinta minutos de trilha fomos recompensados com uma grande cachoeira a nossa frente. O rio descia pelo terreno rochoso acompanhando a declividade em alta velocidade formando no final várias cachoeiras. A água estava fria por causa da época do ano e tinha uma coloração escuro avermelhada mas era bastante relaxante. Ficamos mergulhando e massageando nossas costas aproveitando a força das cachoeiras…

Em seguida do banho de cachoeira, subimos de volta pela trilha para conhecer as instalações do Projeto Sempre-Viva. O acervo era composto por espécies da fauna e flora da região, tinha bastantes insetos e orquídeas, além de rochas ornamentais e fósseis de animais pré-históricos. Conhecemos a fruta mucugê – endêmica da região e que dá nome a uma das cidades turísticas da Chapada Diamantina. Vimos várias espécies de sempre-viva, nos chamou a atenção o grande valor de mercado da planta, podendo chegar a custar 400 reais o buquê. Do museu partimos para nossa próxima parada, a cidade de Mucugê.

Chapada Diamantina 360º – 2018 from Karla Brunet on Vimeo.

As estradas da região estavam em boas condições e com pouco tráfego, por isso chegamos em poucos minutos. Mucugê é pequena e charmosa quase não vimos pessoas andando pelas ruas, tem estilo colonial típico com igreja e casarões e ruas de paralelepípedo. No passado chegou a abrigar um consulado francês, país importador de diamantes e ouro da região. Cruzamos a cidade e fomos direto para a maior atração turística, o cemitério bizantino, que fica encravado no pé de uma montanha do outro lado da cidade as margens da rodovia BA-142. O cemitério foi construído sobre as rochas em 1855 e abriga dezenas de lápides e mausoléus de características próprias que apesar do nome fazem menção aos templos católicos. À noite, holofotes colorem o cemitério de azul.

Em seguida continuamos o tour em direção à atração que mais estávamos aguardando, o Poço Azul, uma gruta famosa pela piscina natural com águas de aparência azul. Seguimos em direção ao município de Nova Redenção e pegamos uma estrada de barro até o sítio onde fica o poço. Durante o percurso era possível avistar inúmeras árvores belas e grandiosas que compunham a paisagem – a aroeira, típica da região.

Ao chegarmos no local haviam várias pessoas esperando a vez para entrar no poço. Pegamos nossos tickets e nos preparamos para descer. Tivemos que tomar uma ducha nos chuveiros instalados do lado de fora, era também proibido usar filtro solar ou shampoos para não contaminar a água. Recebemos colete salva-vidas (item obrigatório) e óculos de mergulho e partimos em direção à caverna com nosso grupo de pessoas. O caminho era estreito e de difícil acesso mas tinha um corrimão feito de cordas para se apoiar. Assim que chegamos recebemos as instruções dos guias e funcionários e então partimos para mergulhar. A água era calma e fria, mergulhamos no exato horário em que um feixe de luz do sol entrava por uma abertura no teto da caverna formando um visual azul turquesa dentro das águas cristalinas. Fizemos flutuação pela piscina natural apreciando as formações rochosas do teto e do fundo, mas não foi possível encontrar espécies de peixes ou camarões da região. Depois do mergulho no Poço Azul subimos de volta ao sítio e fomos almoçar no restaurante do local. Comemos comidas típicas da culinária da Chapada Diamantina, como o ensopado de mamão verde e frutas da região.

Após o almoço, já no final da tarde pegamos novamente a BA 142 em direção a Lençóis onde estávamos hospedados. No meio do caminho ainda foi possível parar no acostamento para comprar de uma senhora uma fruta típica da região, o maracujá silvestre, tipo menor e mais doce do que o maracujá amarelo comum que nós conhecemos e que rendeu alguns dias depois um delicioso mousse de maracujá…

[Texto de Marcelo Conde/Fotos e vídeo de Karla Brunet]

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