Logo que me mudei pra Berlim fiquei sabendo desta rota Berlim-Copenhague (B-Ko) de bicicleta. Claro que deu vontade, mas teria que ser verão e uma época que eu pudesse tirar uma semana de férias. Pois chegou a época, afinal o verão já está acabando. Conheci algumas pessoas que fizeram em 8 dias. Vou encarar.
Como é alta temporada, achei melhor começar por Copenhague e voltar pra casa. Assim poderia reservar os bilhetes de trem e hotel, pois sabia ao certo o dia de partida. A chegada, as vezes, não dá pra planejar.
O trem de ida já foi uma aventura pra conseguir comprar a passagem com direito a levar a bike. Pela Internet era impossível, e na estação de trem só consegui comprar depois de ir duas vezes até lá e fazer fila… Resumindo, 4 trens e o melhor preço era 1° classe, na segunda era 30 euros mais caro. O grande problema da primeira classe é que a bike vai no vagão 6 e eu no 12. Então, depois de deixar minha bike tenho que cruzar quase todo o trem carregando os alforges, capacete, bolsa de guidão. Nada muito agradável. E, 15 min antes da chegada, fazer tudo novamente.
Na conexão em Hamburgo, teria 18 min pra ir da plataforma 6 a 13a, só que o trem atrasou 3min, mais as pessoas descendo na frente e a quantidade de bike, já diminui pra 12min. Pra completar, quando tirei minha bike do gancho, a roda traseira não mexia, estava travada. Foi difícil tirar a bike do trem pelo peso. Tentei ver o que era, outros ciclistas também, mas todos tínhamos pressa. Então tive que carregar a roda traseira da bike até a outra plataforma. O peso era muito pra mim, doía muito o braço mas não podia perder o trem. Quando cheguei na plataforma, perguntei pelo vagão de bikes, era o primeiro e eu estava perto do final. O fiscal me disse que o trem saia em 1 min. Sai como louca correndo e carregando a bike. O condutor me avistou e fiz sinal pra ele me esperar. Foi amável e abriu a porta do trem pra mim. Por sorte, atrás de mim vinha um ciclista alemão bonitão e disse que no trem me ajudaria a ver o que era o problema. Eu mexi em tudo no freio achando que era isto, pois não entendo nada de freio de disco. Mas era o pára-lamas que havia apertado o pneu, algo muito forte de ter batido na bike no trem pois tinha saído do lugar. Quando Jan (o ciclista alemão) me mostrou o problema, eu olhei pra ele com a delicadeza de uma gaúcha e disse que precisaríamos de um martelo pra martelar o pára-lamas de volta pro lugar. Ele nem me respondeu, só deu um sorriso e foi na sua bike pegar uma ferramenta de parafusar coisas na bike. Afrouxou o parafuso do pára-lamas, colocou no lugar e apertou novamente. Voilá, a roda voltou a mexer. Agradeci a ele, disse que era meu herói pois eu estava tão nervosa que a solução na minha cabeça era martelar a bike.. E não, não peguei o telefone dele pra uma próxima emergência, fui tola.
As outras trocas foram super tranquilas, eram na plataforma ao lado, tinha só 10 min mas com a roda mexendo tudo ficava mais fácil. Depois de 8h de viagem, cheguei a Copenhague, a capital da bike.
Veja os posts de cada etapa da viagem:
- Sobre Cicloturismo Copenhague – Berlim
- Checklist das ferramentas da viagem de bicicleta
- De trem de Berlim a Copenhague
- dia 1: Copenhague – Rødvig (88.10km) gpx
- dia 2: Rødvig – Stege/Møn (82.51km) gpx
- dia 3: Stege – Marielyst (78,33km) gpx
- dia 4: Marielyst – Güstrow (124,32 km – 50km ferry) gpx
- dia 5: Güstrow – Wredenhagen (79,87 km) gpx
- dia 6: Wredenhagen – Linum (86,86km) gpx
- dia 7: Linum – Berlim (60,05km) gpx
total: 600,04 km
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