Decidi fazer a trilha com um grupo organizado por uma agência de Cusco. No primeiro dia, foram me buscar no hotel já quase às 7h da manhã. Depois de pegar todos os turistas, paramos para buscar os carregadores, comida, ticket de trem, o que foi bem enrolado. Mas, pelo que me contaram, todos os grupos são assim. No caminho até o km 82, onde começaríamos a caminhada, paramos para tomar café em Urubamba. Era a mesma estrada do tour ao Vale Sagrado.
Chegamos ao começo da trilha já ao meio dia. Havia um número grande de grupos e mochileiros chegando ao mesmo tempo. Caminhamos uma hora e meia até o local de almoço. O dia estava ensolarado e, então, sentamos na grama pra comer. Todos gostaram do almoço, ou estavam com muita fome. No geral, a alimentação oferecida pelo tour foi boa: sempre uma sopa e prato principal, fruta pela manhã e chá com pipoca antes do jantar. Depois caminhamos mais umas 3 horas até o acampamento. A caminhada foi leve, com algumas pequenas subidas. Fizemos aproximadamente 14km, mas ninguém sabe informar ao certo. O percurso total da Trilha Inca, começando no km 82, é de uns 48km.
O segundo dia foi o mais difícil. Foram umas 5 horas de caminhada em subida e depois quase duas horas de descida íngreme, dando um total de, talvez, 12km. Desta vez, caminhei bem lentamente, pois na noite anterior tinha tido muita dor de cabeça (acho que caminhei muito rápido e o meu corpo não acostumou com a altitude). A caminhada de subida foi bastante cansativa, parava-se várias vezes para descansar. Foi o dia de maior sociabilidade, pois todos param muito. Nas paradas,conheci várias pessoas, principalmente brasileiros, que até então não tinha encontrado na viagem. O final da cansativa subida fica a 4200metros, no Wayllabamba, conhecido como passagem da mulher morta. Como tudo por aqui, há várias teorias sobre este nome: uns dizem que foi encontrada uma mulher morta ali, outros porque a montanha parece uma mulher. O nosso guia disse, brincando, que é porque as mulheres chegam mortas ¨de cansadas¨ lá. Depois do cansaço da subida, uma descida de 2 horas para chegar ao local de almoço. Já era tarde e estava com fome. Depois de almoçar, fizemos mais uma caminhada de uma hora até acampamento para dormir. Acampamos perto de um ponto chamado Pacaymayo, numa altura de 3700m. Desta vez não tive dor de cabeça, foi bom ter subido devagar.
O terceiro dia foi o mais bonito. Primeiro paramos na passagem chamada Rukuracay, depois seguimos até as ruínas de Sayamarca, visitamos o local e seguimos até o local de almoço, Phuyupatamarca. O caminho até lá tem uma descida e depois uma leve subida. O lugar é tropical, passamos por uma floresta com clima agradável. Almoçamos ao sol, conhecemos as ruínas e seguimos até o acampamento. Essa parte é difícil para quem tem problema de joelho, ou seja, pessoas como eu. O caminho é só descida, na maioria das vezes como escadas, fui devagar…Depois de umas 6 horas de caminhada, uns 16km, chegamos ao acampamento, que ficava ao redor do hostal. Pudemos tomar banho, o que foi muito bom apesar da fila. Depois, tomamos o chá da tarde e jantamos no restaurante do hostal. O local estava lotado. Parecia uma festa.
No quarto dia, acordamos às 4h para tomar café da manhã às 4:30, pois o portão de entrada para Machu Picchu iria abrir um pouco antes das 5h. Fiquei impressionada com a quantidade de gente, era uma fila enorme de mochileiros com lanterna. Não se podia ir mais rápido, todos caminhavam lentamente. Um grande número de pessoas,uns dizem que tinha mais de mil chegando pela trilha. Na noite anterior, todos os grupos se encontraram, os de 2 dias e os de 4 dias, o que aumentou bastante o número de pessoas na trilha. Depois de uma hora e meia, chegamos ao lugar no qual deveríamos ver o nascer do sol em Machu Pichu, mas infelizmente o tempo estava nublado. Não pudemos ver mais de 4 metros a nossa frente. Todos estávamos um pouco desiludidos, caminhamos 4 dias para ver o nascer do sol que não aconteceu. Com esperanças, sentamos e esperamos uma meia hora, o tempo não mudou nada, descemos então até Machu Picchu. O tempo não mudou quase nada durante a manhã. No começo da tarde, começou a limpar um pouco o céu e pudemos ver todo o local. Sol, nem pensar. Decidi dormir uma noite em Águas Calientes e voltar no dia seguinte para conhecer melhor o lugar…
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