Começamos nosso segundo dia em Marrakech visitando o palácio Bahia. Construído no final do século XIX, o palácio fica no interior da Medina e é um dos poucos aberto ao público. Bahia significa “brilhante” em árabe e o visitante logo percebe o porquê do nome: belos mosaicos, tetos e lâmpadas ornamentados… Não está muito bem conservado, mas é um paraíso para os fotógrafos, com centenas de detalhes coloridos.
Nas proximidades do palácio ficava o bairro Judeu. Não muito tempo atrás, Marrocos tinha uma grande comunidade judaica; agora tudo o que resta são umas poucas casas de tijolos com uma decoração um pouco diferente ao resto. É um bairro bem movimentado, cheio de artesãos e mercados.
Ali perto ficam as Tombas Saadias. De finais do século XVI, as tombas ficaram escondidas pelas construções das dinastias posteriores e só foram descobertas em 1917. Como muitos tesouros de Marrakech, você as encontra no final de uma ruazinha estreita e te surpreendem com uma beleza inesperada.
Com nossas necessidades culturais satisfeitas mas os estômagos vazios, nosso próximo objetivo era achar um lugar onde almoçar. Comemos num restaurante que parecia uma armadilha para turistas, mas estava cheio de moradores locais. Por fim, consegui experimentar a pastilla, uma torta de frango com amêndoas e coberta de açúcar de confeiteiro e canela que quis comer logo que soube de sua existência. Gostosa, consistente e bem diferente a tudo que já comi. Karla, não tão aventureira no quesito comida, comeu um shawarma. O restaurante tinha uma bela vista de uma das ruas movimentadas da Medina, ficamos um tempo observando o movimento. Depois, caminhamos pelos mercados e tomamos chá com doces.
A última coisa que faltava por fazer era curtir Jemaa El Fna de verdade. Chegamos lá antes do pôr do sol; Karla queria fazer umas fotos da montagem da praça. Passeamos pelos postos de comida a procura de alguma coisa interessante. E não é que achamos? A cabeça de carneiro pode não parecer apetitosa, mas estava bem gostosa, uma das carnes mais macias que já comi. De alguma forma, era um resumo da nossa experiência em Marrakech: autêntica, um pouco chocante, emocionante, surpreendente e muito satisfatória.
[Texto de Òscar Buenafuente/Fotos de Karla Brunet]
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